Saiba como fazer a sua composteira doméstica com dicas simples

Que tal aprender a fazer uma composteira doméstica com nossas dicas super simples?

No Brasil, os resíduos orgânicos representam mais de 50% dos lixos sólidos urbanos, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Desses resíduos, apenas 1% é reciclado e o restante, infelizmente, acaba sendo despejado em aterros sanitários.

Desse modo, aprender a fazer a sua própria composteira pode ser uma boa solução para evitar a geração de resíduos, não acha? Vem cá que nós vamos te ensinar tudo sobre o assunto!

O que é compostagem?

Antes de mais nada, é fundamental entendermos que a compostagem é todo o processo de transformação de materiais “grosseiros” - estrume, penas, lixo doméstico orgânico, sementes, entre outros - em materiais que possam ser utilizados para adubar plantações, como hortas e jardins.

Esse processo é realizado por inúmeros microrganismos presentes no solo, que possuem como sua principal fonte de alimentação a matéria orgânica, obtendo energia, nutrientes minerais e carbono de tais resíduos. Sendo assim, podemos dizer que a compostagem é a melhor forma de fornecer as condições que estes microrganismos precisam para degradar matéria orgânica e fornecer nutrientes fundamentais para as plantas.

Ok… Mas e a composteira?

A composteira nada mais é do que um reservatório utilizado nesse processo, que pode ser encontrado de diversas formas: com barris, baldes, garrafas, madeira, entre muitos outros. Ela normalmente é aberta no fundo e conta com uma tampa, para que possa proteger a compostagem do excesso das chuvas.

As composteiras podem ser feitas de diversos tamanhos e são muito utilizadas por pessoas que desejam praticar a compostagem, mas contam com pouco espaço para isso. Legal, né?

Como funciona uma composteira?

Uma composteira doméstica convencional é formada por três caixas empilhadas, uma pequena quantidade de composto com microrganismos e algumas minhocas.

As duas caixas de cima da composteira acabam servindo como depósitos para todos os resíduos domésticos orgânicos gerados. Nessas caixas digestoras, as minhocas e os microrganismos presentes nos solos atuarão diretamente para transformar esses resíduos em adubos orgânicos ricos em nutrientes, em um processo que leva aproximadamente dois meses. A última caixa serve como coletora de chorume, que pode ser utilizado como um fertilizante ou pesticida natural.

Diferente do chorume produzido em lixões e aterros, o chorume da composteira não é considerado tóxico. Por isso, para retirá-lo, basta abrir a torneira presente na parte inferior da última caixa.

Para utilizá-lo como um fertilizante natural, é necessário dissolver cada parte do chorume em dez partes de água. Já para usá-lo como pesticida natural, é importante dissolvê-lo na água em proporção de meio a meio e borrifar nas folhas no fim da tarde. Afinal, não queremos queimaduras de sol nas plantas, né?

Ah… Não se esqueça de cobrir os resíduos orgânicos todas as vezes que eles forem adicionados na composteira. Isso pode ser feito com qualquer tipo de matéria seca, como restos de folha, serragem natural ou madeira, para evitar a umidade em excesso no local.

Benefícios da compostagem

Como dissemos anteriormente, mais de 50% de todo o lixo que produzimos em nossas casas é orgânico. Isso quer dizer que a maioria dos resíduos que geramos é formada por cascas de frutas, verduras e demais rejeitos alimentares.

Infelizmente, quando descartados em aterros e lixões, esses resíduos entram em contato com materiais tóxicos e acabam produzindo efluentes que contaminam solos e lençóis freáticos, além de produzirem gás metano - muito mais prejudicial para o efeito estufa do que o gás carbônico.

Dessa forma, se todos os resíduos orgânicos produzidos no Brasil fossem tratados com compostagem, seria possível evitar essa emissão de gás metano, produzir cerca de 37,5 toneladas de húmus, reduzir espaços ocupados em aterros e lixões e, é claro, diminuir a poluição dos solos e lençóis freáticos.

Condições ideais

É importante ressaltarmos que, para uma compostagem ocorrer da melhor forma, são necessárias algumas condições adequadas de umidade, temperatura e aeração.

Sendo assim, lembre-se de não deixar a sua composteira em locais com muito sol. Afinal, a maioria dos fungos, bactérias e actinomicatos, presentes no solo, não sobrevivem a temperaturas acima de 70º. No entanto, se a composteira ficar na sombra e o seu material se tornar muito úmido, é necessário equilibrar essa umidade com o acréscimo de matéria seca, como algumas folhas secas e serragem, ok?

É muito importante fazer esse controle de umidade. Isso porque, se a quantidade de água presente na composteira for elevada, o ambiente acabará ficando pobre em oxigênio e isso produzirá mal cheiro - além de atrair moscas.

Mas quais resíduos são permitidos?

Matéria orgânica!

Muitos resíduos alimentares podem ser colocados na sua composteira, como frutas, legumes, verduras, sobras de alimentos cozidos, entre muitos outros. Alguns materiais, como saquinhos de chá, gravetos, papel e palitos de fósforo também podem entrar na composteira sem problemas.

Se for descartar palitos de dente, não se esqueça de amassar as pontas para não ferir as minhocas, hein!

Folhas de jornais e revistas não são indicadas, pois são feitas com materiais nocivos e possuem muita tinta. Já algumas frutas cítricas e temperos muito fortes, como folhas de louro e cascas de alho e cebola podem ser descartados na composteira, mas com muita moderação!

Atenção: carnes, laticínios, óleos, gorduras, papel higiênico usado e fezes de animais domésticos não devem ser colocado em sua composteira doméstica de forma alguma, ok?

Como fazer uma composteira doméstica

Agora que já te ensinamos tudo sobre compostagem, é claro que traríamos algumas ideias para você ter a sua composteira doméstica, não é mesmo?

Então dá só uma olhada!

Composteira doméstica com balde

A composteira feita com balde é super acessível, prática e fácil de fazer. A medida dos baldes utilizados pode ser modificada de acordo com a sua produção de resíduos, ou seja, você pode usar mais ou menos baldes em sua composteira de acordo com a sua necessidade.

Você vai precisar de:

• 3 baldes de gordura vegetal com tampa;
• Serragem;
• Flange;
• Torneira;
• Furadeira;
• Tesoura;
• Faca de serra;
• Caneta.

Passo a passo:

1. Corte as tampas dos baldes para que eles se encaixem uns nos outros. Marque com uma caneta onde os cortes serão feitos e, depois, faça um furo com a furadeira para facilitar. Lembre-se de não cortar a tampa do balde que ficará por cima;
2. Após cortar as tampas com a faca de serra ou tesoura, faça furos no fundo dos baldes, menos do coletor - que ficará embaixo dos demais baldes;
3. Faça também alguns furos nas laterais superiores dos baldes para melhorar a oxigenação da sua composteira - menos o coletor;
4. Utilize o flange como molde para marcar um furo na lateral do balde coletor, onde será colocada a torneira;
5. Encaixe o flange no furo e instale a torneira;
6. Empilhe os baldes, deixando o coletor por baixo e o balde com a tampa completa por cima;
7. Coloque o resíduo orgânico no balde de cima e cubra com uma pequena quantidade de serragem.

E pronto! Quando esse primeiro balde ficar cheio, troque-o de posição e de tampa com o balde vazio do meio.

Composteira doméstica com minhocas

Também chamada de vermicompostagem, esse tipo de compostagem é feito com minhocas. Ele é muto bom, pois é rico em microrganismos e, por isso, é capaz de oferecer maior nutrição para as plantas.

Você vai precisar de:

• 3 baldes com tampa;
• Minhocas;
• Tesoura;
• Faca de serra;
• Furadeira;
• Torneira;
• Papel TNT
• Terra.

Passo a passo:

1. Assim como o passo a passo anterior, fure os baldes para que o ar entre e as minhocas não morram. O balde sem furos deve ficar por baixo dos demais;
2. Corte a tampa do balde que ficará no meio, assim o de cima poderá ser encaixado nela e entrar um pouco no outro balde;
3. Faça um furo lateral no balde que ficará por baixo e instale a torneira;
4. Feito isso, corte a tampa desse balde. Mas deixe uma margem, pois o balde de cima será apenas encaixado na tampa, não devendo entrar no balde debaixo;
5. Coloque um pedaço de papel TNT embaixo da tampa cortada, ele vai servir como um filtro para que os resíduos não caiam no último balde;
6. No balde do meio, coloque 2 dedos de terra e as minhocas. Por cima da terra, adicione cascas de verduras, legumes e frutas;
7. Depois, adicione resíduos secos, como folhas e serragem. Lembre-se de que, para cada porção de resíduo úmido, são necessárias duas de matéria seca;
8. Tampe esse balde com a tampa que está completa e deixe somente ele e o balde com a torneira empilhados.

Quando o balde com minhocas estiver cheio, coloque o terceiro entre ele e o último. Assim, o chorume irá escorrer até a torneira sem interferir no processo de compostagem.

E aí, o que achou do nosso conteúdo de hoje?

Se quiser saber mais sobre sustentabilidade, temos um post bem bacana sobre o movimento zero waste. Que tal conferir?